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A finalizar uma semana dedicada ao tema Violência nas Escolas, na sequência  da celebração do Dia Internacional da Não Violencia nas Escolas e da Paz, vai decorrer no próximo dia 4 de fevereiro, pelas 18h00, um Debate - E SE FALTAM LAÇOS E ABRAÇOS? - com o escritor Paulo Jorge Pereira, autor do livro "Murro no Estômago" e, moderado pela jornalista Paula Sofia Luz numa sessão aberta a toda a Comunidade.

No dia 30 de Janeiro é assinalado o Dia Internacional da Não Violência e da Paz nas Escolas, instituído em 1964 através de uma iniciativa do poeta espanhol Lorenç Vidal e que coincide com o dia da morte do pacifista indiano Mahatma Ghandi.

A Biblioteca Municipal tem expostos livros sobre a temática violência: violência nas escolas e, abordando, também, a violência familiar e doméstica que lhe poderá estar associada bem como a violência duma forma geral na certeza de que é urgente reeducar para os valores que promovam a PAZ.

Esperamos por si!
 

Caro Leitor:

Aqui te deixo mais este livro de horas amargas e doces. Corre-me nas veias um rio de versos desencontrados, de amor e mágoa, esperança e desencanto. Sou, como sabes, um pacifista revoltado com as injustiças do mundo. Conjugo razão e utopia, a dor pelos males da Pátria e a certeza de um futuro mais livre e fraterno. E assim me escrevo como sou, guardador de emoções, poeta da revolução humanista, visionário de outros rios que hão-de fecundar o pousio de tantas vontades descrentes e florir as searas da harmonia colectiva.
Talvez este seja o meu último livro. Depois de sessenta anos de escrita creio que não disse o essencial de mim. A vida é uma realidade complexa ainda por decifrar, e a beleza, verdadeiramente, não se deixa escrever, apenas permite que a sintam aqueles que se comovem com um sorriso de criança ou com uma flor a abrir-se ao Sol dos dias plenos. A grande metáfora da vida é a arte, porque ousa desafiá-la para além da morte.
Os meus livros são o testemunho sentido e a radiografia sentimental desse rio que há em mim, que canta e chora conforme o rumo dos ventos, que teima na busca da força e da autenticidade matricial das fontes. Retrato inacabado de quem foi fraco no fazer mas forte no ousar, e que tu, Caro Leitor, poderás completar folheando a minha obra literária. Que ela fale por mim. Mesmo as línguas mortas não se calam.
Cordialmente,
António Arnaut
Janeiro de 2016
 
***
Faz que a vida aconteça
 
Não guardes o sorriso apenas para ti
nem a dádiva de Sol
na tua mão aberta:
há sempre alguém à tua espera
na rua deserta.
Faz que a vida aconteça ao teu redor:
que cada sorriso e cada gesto
seja promessa de amor.
Não adies a hora de fazer
à espera da melhor sorte:
fazer é ousar a vida
e adiar a morte.
 
(Poema 38)
 
 

 
Hoje, homenageamos ANTÓNIO ARNAUT, patrono da Biblioteca Municipal de Penela, pelo seu aniversário de nascimento.
ANTÓNIO ARNAUT, advogado, político e escritor (autor concelhio), nasceu na Freguesia da Cumieira - Penela, no dia 28 de janeiro de 1936.
Recomendamos a leitura dos seus livros como fonte privilegiada de acesso ao conhecimento da sua vida e obra.
 
Em 2004 assinalou o cinquentenário da sua vida literária com a publicação de "Recolha Poética" (1954-2004). Em 2007 publicou o romance histórico "Rio de Sombras" que abarca o período entre 1968 e 1988 e “desvenda alguns dos meandros da política portuguesa”, e em 2011 a coletânea "Contos Escolhidos". O "Étimo Perdido" completa a sua trilogia de intervenção cívica, iniciada com o Serviço Nacional de Saúde/30 Anos de Resistência (2009) e prosseguida com "Rosto e Memória" (2011).
Com trinta títulos publicados (poesia, ficção, ensaio e conferências), António Arnaut assume-se como escritor civicamente comprometido, que considera a literatura como “a expressão da sua própria humanidade e da Humanidade toda”.
Os livros "Alfabeto Intimo" e" Outros Poemas", e Iluminuras: - Adágios, Incisões e Reflexões (2013) exprimem a coerência desse comprometimento humanista que leva sessenta anos de expressão multifacetada, que assinalou com Cavalos de Vento (2014), continuou com "A Mesma Causa" (2015) e prossegue com "Era um Rio e chorava" (2016). 
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