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“Tenho pressa! … Não tenho tempo!... Adeus!...” Eis aqui expressões que ouvimos quase todos os dias, provavelmente não apenas na Lituânia, no coração da Europa, mas um pouco por todo o mundo. E também com frequência se ouve dizer que vivemos numa época de excesso de informação, de pressa, de aceleração. Mas quando pegamos num livro, sentimo-nos logo diferentes. É como se os livros tivessem uma característica maravilhosa: ajudam-nos a relaxar. Abrimos um livro, mergulhamos nas suas profundezas tranquilas, e esquecemos o medo de que tudo passe ao nosso lado a uma velocidade vertiginosa, não nos permitindo ver o que quer que seja. O livro faz-nos acreditar que podemos abandonar as tarefas aparentemente urgentes. Nele, tudo se passa calma e silenciosamente, segundo uma ordem pré-definida. Será porque as suas páginas são numeradas, e porque o virar das folhas, uma após outra, produz um murmúrio tão calmo, tão leve? Num livro, aquilo que é já passado encontra-se docemente com o que está ainda por chegar. O mundo do livro é um mundo aberto; nele, a realidade convive com a fantasia e com a imaginação. 
(…)
Tenho a certeza de que os livros poisados nos vossos joelhos não se aborrecem nem um minuto. É que quem lê – seja criança ou adulto -, é só por isso muito mais interessante do que aquele que resiste a pegar num livro, que está sempre com pressa e nunca se senta, e jamais tem tempo de observar seja o que for à sua volta. No Dia Internacional do Livro Infantil, o meu maior desejo é que existam livros interessantes para os leitores - e leitores interessantes para os livros.

In: Mensagem do IBBY internacional, para o dia Internacional do Livro Infantil 2019 da responsabilidade da Lituânia, do escritor e ilustrador Kęstutis Kasparavičius, (Trad. Maria Carlos Loureiro)
 
Mensagem na integra em português: Aqui

"O TEATRO É UM PAÍS EM SI MESMO ONDE CABE O MUNDO INTEIRO"


“A tradição do teatro é horizontal. Não há quem possa afirmar que o teatro está em algum centro do mundo, em alguma cidade ou prédio privilegiado. O teatro, como eu o recebi, estende-se por uma geografia invisível que mistura as vidas de quem o faz e o “artesanato teatral” num mesmo gesto unificador.Todos os mestres de teatro morrem com os seus momentos de lucidez e de beleza irrepetíveis, todos desaparecem do mesmo modo sem deixar outra transcendência que os ampare e os torne ilustres. Os mestres do teatro sabem-no, não vale nenhum reconhecimento perante esta certeza que é a raiz do nosso trabalho: criar momentos de verdade, de ambiguidade, de força, de liberdade na maior das precaridades. Deles não sobreviverão senão dados ou registos dos seus trabalhos em vídeos ou fotos que apenas recolherão uma pálida ideia daquilo que fizeram. Mas sempre faltará nesses registos a resposta silenciosa do público que percebe num instante que o que ali se passa não pode ser traduzido ou encontrado fora, que a verdade que ali se partilha é uma experiência de vida, por segundos mais diáfana que a própria vida.
Quando percebi que o teatro é um país em si mesmo, um grande território onde cabe o mundo inteiro, nasceu em mim uma decisão que é também uma liberdade: não tens de afastar-te nem sair do lugar onde estás, não tens de correr nem deslocar-te. Aí onde existes está o público.”

In: Mensagem para o Dia Mundial do Teatro 2019 de Carlos Celdrán, [dramaturgo, encenador e autor cubano, presentemente, diretor do grupo Argos Teatro, de Havana, foi convidado, para escrever a mensagem do Instituto Internacional do Teatro(ITI) - UNESCO, para celebrar o Dia Mundial do Teatro 2019].
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